Submeter-se a uma cirurgia plástica envolve muitas escolhas. O ponto de partida mais importante é a percepção pelo paciente do seu problema.
O ponto de partida mais importante é a percepção pelo paciente do seu problema. Isso é crucial. É preciso que se tenha alguma queixa objetiva, saber o que realmente o incomoda, o que gostaria de melhorar no seu corpo e, a partir disso, procurar algum profissional que o possa ajudar.
Porém, como saber escolher este profissional? Isso nem sempre é uma tarefa fácil. Por vezes nos deparamos com algum problema e não sabemos quem procurar. Quando não se tem a referência de algum médico próximo e de confiança a quem se possa recorrer a situação pode ser dolorosa.
Jornal Correio Diário: O que fez decidir por cirurgia plástica?
Dr. Sérgio Romay: Na faculdade eu me identifiquei com a parte de anatomia e acabei indo para a parte de cirurgia, naquela época eu achava que seria cirurgião cardíaco, uma dia conversando com o meu chefe ele me deu umas dicas .Na semana seguinte eu estava de plantão na enfermaria e vi um cirurgião plástico que foi operar uma menina e no outro dia deu alta pra paciente e vi todo mundo feliz inclusive a paciente ,isso me fez ir por esse lado por aumentar a auto estima do paciente e por influencia do Dr. Ivo Pitanguy.
JCD: Qual é a cirurgia mais pedida?
Dr. Sérgio Romay: Contorno corporal. Principalmente lipoescultura e inclusão de implantes mamários.
JCD: Atualmente muitas mulheres estão morrendo por causa de problemas pós cirurgia plástica. Qual a sua opinião sobre isso?
Dr. Sérgio Romay: O grande problema hoje em dia é que existem muitas pessoas não médicas invadindo a medicina, o ato médico. São “profissionais” não aptos a realizar procedimentos e cirurgias. No caso da cirurgia plástica, a nossa curva de aprendizado é muito longa, são 6 anos de medicina, depois 3 anos de cirurgia geral (pré-requisito) e 3 anos de cirurgia plástica. E ainda no final disso tudo temos a prova para especialista, para termos a chancela de especialista pela SBCP e AMB. E com isso conseguimos ter o RQE (Registro de Qualificação de Especialista) no CFM.
JCD: Homens estão buscando o mesmo ideal que a mulher?
Dr. Sérgio Romay: Sim. Pelo menos de 15 anos para cá, os homens estão se cuidando mais, antigamente na minha clínica 90% eram mulheres e 10% homens, hoje em 2024, 60% são mulheres e 40% homens, isso em cirurgia. Se for em procedimentos minimamente invasivo (Ex: Botox e preenchimento com Ác. Hialurônico) 50%.
JCD: O que pode dar errado em uma cirurgia?
Dr. Sérgio Romay: Tudo pode dar errado. Mas para minimizar isso o paciente tem que fazer a parte dele, como: primeiro procurar um profissional apto, um cirurgião plástico especialista e não seguir aquele “profissional “ por redes sociais que tem milhões de seguidores, seguidor não dá chancela para ninguém. E o paciente deve seguir a risca todas as orientações que o seu cirurgião passa. Já o cirurgião: fazer uma boa anamnese, exame físico, pedir todos os exames de pré- operatório necessário para aquele tipo de cirurgia. Operar em hospitais com toda infraestrutura ( ex: CTI, salas de cirurgias bem equipadas, …). Seguir alguns protocolos para evitar TVP (trombose venosa profunda).Ter uma equipe multidisciplinar, isso também faz toda a diferença.
Principais cirurgias que os homens procuram: Transplante capilar, Lipoaspiração, Rinoplastia e ginecomastia.
JCD: Por que os planos não cobrem cirurgia plástica? Você acha viável já que é tanta procura e em alguns caso o paciente não consegue pagar?
Dr. Sérgio Romay: Os planos de saúde cobrem sim algumas cirurgias plástica reparadoras. A estética que não. Para os planos de saúde a cirurgia plástica não dá lucro, pois é uma cirurgia que dura um longo tempo na sala cirúrgica, e que os pacientes estão 100% saudáveis, por isso é uma cirurgia eletiva. O que dá lucro para os planos de saúde são cirurgias que irão quase 100% usar o CTI, como por exemplo: cirurgias cardíacas, neurocirurgias, etc.)
JCD: A perfeição pode acabar se transformando em pesadelo?
Dr. Sérgio Romay: Sim. Hoje existe uma doença que se chama Dismorfofobia, ou seja, o paciente se olha no espelho e nunca está satisfeito. E com isso os charlatões se aproveitam disso para mostrar resultados “fake” que acabam atraindo esse tipo de paciente. Por isso que dentro da minha equipe multidisciplinar eu tenho uma psicóloga que vai orientar e resguardar tanto o paciente quanto a equipe.
Dr. Sérgio Romay: Como eu falei anteriormente, muitos “profissionais“estão invadindo o ato médico, com isso estão aumentando muito as sequelas e mortes nos consultórios e nos centro cirúrgicos de trambique-clínicas . Pois além desses lugares não oferecem a anti-sepsia e a assepsia adequada, suporte clínico-hospitalar, estão sendo feito por “profissionais“ não aptos.
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