O uso excessivo dos filtros da rede social dificulta a aceitação

Tenho um amigo, o cirurgião plástico Sérgio Romay, carioca, bonitão , ex-aluno do Dr. Ivo Pitanguy, quem primeiro me alertou para um novo tipo de doença da internet: o uso de filtros especiais no Instagram para alterar a própria imagem.

Ele me conta que muitas de suas pacientes em seu consultório em Botafogo chegam com o telefone na mão, com a própria imagem modificada. Lábios carnudos, bochechas infladas, olhos amendoados, nariz afilado numa auto plástica virtual. Parecem cinco, dez, quinze anos mais novas em uma ilusão em precedentes. Ele argumenta que é impossível chegar a essa modificação radical e, que mesmo usando as incríveis técnicas da cirurgia plástica, nada se compara a um avatar, a uma mentira das redes.

E essa doença tem nome: dismorfia dos stories. Tanto que o próprio Instagram proibiu o uso dos filtros FixMe e Plastika para evitar que meninas, jovens e mulheres criassem uma imagem falsa de si e pior, acreditassem que poderiam se tornar aquelas bonecas. O assunto é muito mais sério e quando abordamos mulheres maduras, a maior parte delas adora usar esses recursos, num túnel do tempo radical, voltando vinte, trinta anos atrás. Eu fico de boca aberta com esta não-aceitação e juro que me preocupo.

Vivemos tempos estranhos. Ao mesmo tempo em que pedimos transparência na política, nas relações, na vida… mentimos para nós mesmas acreditando que somos um outro eu. Mais lindo. Mais perfeito. Mas certamente mais louco. Vai entender…

 

Fonte: https://claudia.abril.com.br/blog/atitude-50/instagrame-se